<$BlogRSDUrl$>

mundo
Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é o mistério de todas as coisas

Federico García Lorca

Sendo este um BLOG DE MARÉS, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
julho 28, 2004

Uma vez mais, Portugal arde...

De dia, de noite, o país arde.

A serra da Arrábida, reserva natural, património nacional e, até, no que toca às espécies vegetais endémicas, património mundial ardeu numa extensão sem precedentes quando, ainda há poucos dias, nos era assegurado ser ela patrulhada regularmente (!) por fuzileiros destacados para o efeito.

Da Arrábida tudo se lamentará... As excelentes caminhadas que por lá fiz em companhia de muitas dezenas de apaixonados pelo contacto com a natureza estão, agora, amortalhadas num mar de cinza.

Do resto de país é o que se vê e o que se ouve...

Algumas (tantas...) questões poderão ser colocadas sobre este assunto, de interesse nacional. Como nem sou especialista na matéria, aconselha-me a prudência ponderar e sopesar bem as palavras que refira sobre este assunto de alto melindre. Mas a cidadania impõe-me algumas outras questões, que merecem ser gritadas aos quatro ventos:

- Se é consensual a relevância de uma serra da Arrábida, enquanto património natural, o que poderá justificar que em toda a serra não haja uma única torre de vigilância?

Sairia caro? E, se sim, seria mais caro (para dez anos) do que os recursos que, numa escassa semana, se delapidaram? E não me venham dizer que um corpo de vigilantes, em turnos de, por exemplo, seis horas, teriam de ser licenciados em Economia, ou detentores de algum mestrado em Humanidades...

Em regime de voluntariado remunerado, quantos empregos seriam criados por esse país fora? Ah, só há incêndios no Verão?... Pois é, mas também é suposto haver floresta o ano inteiro... e já não há!

- Da responsabilidade.

Fogo posto, mal posto, composto... enfim, de tudo e de todos se vai suspeitando. Entretanto, já nos fica pouco mais para arder! E, dos suspeitos engaiolados, resultado prático nunca nada se sabe

Face às constantes demissões de responsabilidade dos “nossos” responsáveis políticos, para quando um verdadeiro lesado mover uma acção contra o estado português por negligência criminosa? Ou, até, em circunstância de perda de vida humana, intentar uma acção por homicídio involuntário? Porque haverá esta errónea percepção de que os nossos políticos também são inimputáveis?

Enquanto pensamos nestas ingénuas questões, a verdade – como punhos – é que Portugal arde, sem remissão, decerto, mas duvido que seja sem pecado...

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 15:24


julho 26, 2004

"QUANDO" - um poema de Sophia

Miguel Sousa Tavaresm disse-o, na despedida da mãe.
Neste poema eu vejo a Sophia, a Lurdes Pintassilgo, o Carlos Paredes... E, em todos, estas palavras se cumprem:

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta, 
continuará o jardim, o céu e o mar, 
e como hoje igualmente hão-de bailar 
as quatro estações à minha porta. 

Outros em Abril passarão no pomar 
em que tantas vezes passei, 
haverá longos poentes sobre o mar, 
outros amarão as coisas que eu amei. 

Será o mesmo brilho, a mesma festa, 
será o mesmo jardim à minha porta 
e os cabelos doirados da floresta, 
como se eu não estivesse morta. 


SOPHIA DE MELLO BREYNER,1919-2004 , Dia do Mar,  1ª edição, 1947 (?)   

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 01:16


julho 23, 2004

Movimento Perpétuo - Carlos Paredes (1925 - 2004)

- Foto obtida em "O Fado Do Público" - "O Amigo Paredes"

- série de cd editada pelo jornal O Público.


Agora morreu-nos o Carlos Paredes. Uma perda mais para as nossas almas aflitas.

Em tristeza, corri a ouvi-lo, não fosse a morte levar para longe de nós toda aquela alma que deixa na sua música.

E a tristeza fez-se alegria. Fez-se voo desarvorado pelos céus, cheio da terra e do Sol e da vida.

Ouvir-lhe - outra vez, de tantas - a respiração profunda entre cada nota dedilhada, comoveu-me de uma forma que as palavras mal descrevem. Respiração a dele ou da guitarra que abraça e, tangendo-a, a faz ganhar viver próprio, através dele.

Também tem lágrimas o que Carlos Paredes nos canta. Mas tem ímpetos, vibrações, estímulos. Há um empolgamento que nos impele a agir. Há raiva e renascimento e amor.

Há a luz das estrelas numa sofreguidão de mar.

Podia lá ter morrido o Carlos Paredes! Nem pensar!...

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 18:25


julho 21, 2004

Poema Das Férias

Porque há este Sol?
Porque há este mar?
Porque passam os dias nesta urgência de andar?
Porque se calam as aves neste mar de calor?
Porque ficam esperas de tempo a cumprir?
Porque andamos tão sós à procura do amor?
Porque é tão curta a vida e tão longo o penar?
Porque ficam os rios sem pressa de ir?
Porque estamos para aqui a voar, a voar?
Porque queremos partir não sabendo chegar?
Porque somos o vento no monte a bater?
Porque há tanta flor a abrir e secar?
Porque é tão fugaz o restolho a arder?
 
Porque há este Sol?
Porque há este mar?
Porque vamos de férias quando há tanto a fazer?


- Jorge Castro
 
(Melancólico, eu?... Nem por isso. Talvez mais à procura do acessível carpe diem.) 


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 10:11


julho 18, 2004

A Arte De Dizer

(Onde perpassa algum cansaço de ouvir tanto dislate a político feito a martelo e a gestor aprendiz de feiticeiro...)
  
Tem a arte de dizer essa coisa delirante
De se não dominar bastas vezes por inteiro o que se diz
Ou  dizer-se em desconchavo o que já antes
Disseram outros tantos
Com melhor modo e outro tempo
E de raiz
 
Se perante um artista insinuante
Que te diz um qualquer pouco ou quase nada
Que muito mais que pouco ou mesmo nada te diz
Experimenta no diseur  poisar de leve
E se atentares bem no fundo dos seus olhos
Cedo verás
Que o artifício é da falácia a bissectriz
 
E então
Para estancar deliquescente verborreia 
Não haverá decerto para ti melhor governo
Que encomendar o diseur aos quintos do inferno
Ou pedir aos céus o aconchego de uma ideia
Uma só que lhe empreste algum nexo ao que nos diz
 
Mas se o crês merecedor de uma palmada
Ou sopapo conclusivo no nariz
Não te acanhes no ímpeto da bordoada
Porque ele ri-se de ti
Se dele não ris! 
 
- Jorge Castro




Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:21


julho 16, 2004

Santana, a tartaruga e o poste...

Como o tempo está curto mas os dias continuam difíceis , hoje remeto-vos, com a devida vénia, para uma linda historinha que a Titas nos conta lá pelo seu blog.
 
Como parece que vamos ter um Bagão nas Finanças, fica o desafio para eventuais desenvolvimentos da historinha exemplar que acima se refere.    

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:24


julho 14, 2004

PORTUGAL ARDE

(Agora vou ser patriota! Tenho dito!...)

Portugal arde...
Nem tarde
Nem cedo
Portugal arde...
Em fogos de medo
E de indignidade
Portugal arde...

É o chão que se ateia
Se atiça
Fenece
E Portugal arde...

Estão negros os brancos muros de Sophia
E o céu azul é manto de cinzas
E Portugal arde...

Ah que outras labaredas
Invadam as casas
Os lares
Os degredos
Até que alguém grite
De coração à solta
E de olhos acesos
Que Portugal vive!


- Jorge Castro

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:20


julho 12, 2004

Da Mulher...

Da poetisa Ana Luísa Amaral, em cordão de sentidos vivos, chegou-me a mensagem abaixo, com pedido de divulgação. Cá vai:

Amigas e amigos,

A propósito do falecimento de Maria de Lurdes Pintasilgo, diz-me Maria Teresa Horta o seguinte:

"... porque mulher, precisamente, o Presidente da República năo decretou que tivesse
(como aconteceu a todos os outros primeiros ministros, e até, recentemente a Sousa Franco!!!) funeral de Estado!!!"


Pede-me ainda que passe a palavra. Assim o faço. Reclamando do facto. E da imensa injustiça.

ana luísa amaral

E, com a vénia devida, se transcreve, da mesma autora:

Vi-a talvez umas seis vezes. Era uma senhora (porque năo se há-de assim dizer de uma mulher, se de um homem se diz "era um senhor", e isso parece dizer tudo?), era uma feminista, era uma poeta, no sentido "poético" que a palavra tem - ou seja, preocupada com a polis. Tive a honra de participar num livro em que lhe fiz um poema. Votei nela há muitos anos e sofri por năo ter sido eleita. Acompanhei-lhe a vida pública. Fez-me sonhar com coisas que nem utopias seriam, mas a sério: a ética do cuidado, por exemplo. Ou um exemplarismo de viver. Năo se pode dizer exemplarismo, pacięncia! Aqui, pode-se; e depois, ela pareceu-me sempre ser aberta ŕ possibilidade. "A morte é uma curva na estrada, morrer é só năo ser visto.", dizia Fernando Pessoa. Nestes tempos tăo de tormenta em que vivemos, quero chorar, solidarizar-me e agradecer pela presença de assim alguém, que, como eu disse nesse poema, tentou sempre fazer que "no deserto / alguma flor / persista".

ana luísa amaral

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 20:34


julho 11, 2004

O rei vai nu!

Então, e agora o túnel das Amoreiras? E o Parque Mayer?...

Eu não sei como é "lá fora", que eu tenho pouco dinheiro para viajar, mas por cá o esquema vai de vento em popa. A saber:

Guinda-se um homem público (salvo seja!...) a um posto altaneiro, por eleição, nomeação ou compadrio. Promete mundos e fundos. Derrete os fundos que tem e não tem para os tais mundos. De caminho, derrete-nos a paciência e as carteiras... E quando todo o mundo espera a "retoma", a recuperação do "investimento" na personagem, eis que o passarinho levantou asas e voou...

O exemplo frutifica um pouco por todo este país de personagens curiosas, quase todas com relações de parentesco umas com as outras. Afinal, somos quase todos primos... (ainda que raramente inter pares).

Na empresa onde desenvolvo a minha actividade profissional, já conto com onze administradores em escassos nove anos!... A crise da dita empresa agrava-se de forma directamente proporcional...

O Durão largou as chatices em que se meteu. O Santana, idem-idem. Ainda por cima, alegam estas excelências que tudo fazem pelo esplendor de Portugal.

Vocês acordem, ouviram? E, se já estão acordados, gritem! É que o rei vai mesmo nu!... E se não somos nós a gritá-lo, quem há-de ser?

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 23:38


julho 10, 2004

Resposta contra a cinza dos dias

Agradeço-vos a visita e a exposição dos estados de alma - a mais difícil.

Nada do que se passa é definitivamente trágico. Nem irreversível, em termos de Humanidade. É, apenas, um momento que passa na sequência dos momentos que passam...

Misturar afectos e política é sempre um mau negócio para os afectos.

Para mim, o mais temível é o desleixo ou abandono do exercício de cidadania. E esse repete-se diariamente em tantos de nós que, quem a eles estiver atento e sensível, poderá considerar-se, de algum modo, anestesiado a um dia como o de hoje, em que tudo parece desmesuradamente cinzento ou cínico. Garanto-vos que a vida continua e os nossos envolvimentos poderão assumir outras formas, outras cumplicidades... Diria que a nossa glória advem do facto de sermos capazes de nos reerguermos após cada derrota, vicissitude ou contrariedade, e seguirmos em frente.

Mas isso todos o sabem, só que a raiva, por vezes, é tanta que nos apetece esquecê-lo e assim agimos. Talvez essa aflição tenha atingido Maria de Lourdes Pintasilgo, agravando a nossa pena...

Portugal não é, no entanto, um país de marinheiros, como digo no poema abaixo. Há-de ser outra coisa qualquer, que desconhecemos, mas coisa essa que devemos, porfiadamente, procurar bem dentro de cada um de nós. Mas todos e cada um, sem nos demitirmos do direito a viver. Procurando e ensinando. E, então, a vida continuará em cada manhã que, afinal, ainda desponta.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 18:26




PORTUGAL JÁ NÃO É UM PAÍS DE MARINHEIROS

(Morrem-nos os poetas e querem matar-nos a esperança. Tarjam-nos de negro as bandeiras ainda há pouco hasteadas na alegria. Há um tempo para o riso e outro para o luto. Mas há sempre, também, um tempo e um espaço para lutar contra a adversidade...)

Portugal já não é um país de marinheiros
Perdemo-nos do mar e habitamos este chão que arde
Braseiro feito dos nossos sonhos calcinados

Os velhos madeiros das caravelas
São restos de carvão enegrecido
Cinzas lançadas às quatro partidas da terra
Em lugares feitos de mágoa e desalento
Onde o espectro de um sonho ou de um anseio
Por trás do fumo acre
Negro e denso
Se confunde com a máscara da morte

Portugal já muito pouco tem de pátria
Vai-lhe sobrando em volutas de fumaça
O que lhe falta de chão e de horizontes
Consumidos nos braseiros impossíveis
Da corja que se alimenta de si mesma

Portugal já nem pátria é
É um cadinho
Onde se depositam os restos enegrecidos
De tantos destinos esquecidos de cumprir
É um armazém sem guarda nem guarida
De onde se saqueia impunemente
O brio
A dignidade e a honra
Palavras antigas e insensatas
Como rabos de lagartos decepados
Estrebuchando cegos em simulacros de vida

O amor e a saudade
Já se esgotaram em todas as prateleiras
Arrematados em promoção frenética e estival
Por quem comprasse para si um par de algemas

Porém
Se assim quiseres
Poderás ainda ao longe ouvir o mar
E cruzam nuvens no céu como sementes
Há bandos de aves que a nós se afeiçoando
Vão ensinando quais os caminhos do vento
E na cegueira em que vogamos
Mal perdidos
Párias bisonhos
Vagabundos de nós mesmos
Talvez haja algum lugar para a alvorada
Que afinal
Cada manhã
Ainda desponta.

- Jorge Castro

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 10:47


julho 08, 2004

Estou em maré de confiança... com coluna de fumo ao fundo.

Continuo a considerar - e não cesso de me espantar com eles - os noticiários das televisões como repositórios, quando não supositórios, de refinadas ironias.

Eis a de hoje:

A Serra da Arrábida está a ser patrulhada por garbosos fuzileiros. Aí estamos nós a ficar mais tranquilos!...

Interessará saber que as patrulhas são constituídas por cinco homens, dos tais garbosos, sendo que quatro patrulham a pé, pela estrada asfaltada, e o quinto elemento patrulha a serra de jipe, pelos caminhos mais inóspitos (sic transit gloria mundi).

Turba-se-me o entendimento com este saber, mas a verdade é que nunca frequentei treino militar especializado e, assim, devo remeter-me, avisadamente, ao silêncio da minha ignorância.

Entretanto, o comandante no terreno desta pequena elite de vigilantes, informa-nos que já houve serventia dos seus distintos serviços porque - e pasme-se! - no dia do incêndio que esta semana assolou a Serra da Arrábida, uma das patrulhas apeadas, apercebeu-se, embora já fora da sua jurisdição, de uma intensa coluna de fumo em plena mata, tendo reportado a quem de direito, tal facto e, repete-se, apesar de tal coluna já se encontrar para além do perímetro a patrulhar... O que denota um raro sentido de cumprimento do dever!

Entretanto, quando reportaram o facto, verificou-se que o facto já se encontrava reportado há algum tempo, com os bombeiros já a caminho e tudo! Mas a verdade é que reportaram...

Convosco, não sei. Mas, cá por mim, hoje vou adormecer muito mais tranquilo!...

Vale-nos o sabermos que isto há-de ser tudo gente séria, caso contrário ainda havíamos de pensar que alguém andava a gozar com a tropa.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 23:47


julho 06, 2004

METÁFORAS DE ABRIL

(Outra vez me apetece lembrar Abril, neste mar de bandeiras inquietas... Dir-me-ão que é monomania. Responder-vos-ei que não. Que é apenas o que de melhor descubro em vós.)

Um riso solto em cascata pelas ruas

Um novo alento respirado sem saudade

O homem velho a chorar feito criança
Pela esperança renascida sem idade

O teu sorriso inebriado que se lança
Cidade fora peito aberto à alvorada

Um pôr do Sol desta amargura incontida
Onde a revolta fez nascer a madrugada

Um arco-íris a sulcar a terra ferida
Como um arado com a cor da liberdade

Um vendaval feito de afectos e canções
Que de repente volta a vibrar na cidade

Chuva de cravos mais brilhantes que tições
Brasa atiçada
Mar de ilusão e verdade
Gritos de luz a desvendar o beco escuro

Gruas erguidas e martelos e razões
Punhos cerrados de derrubar tanto muro
De solidão
E aflições
E medos mil
À descoberta de outro tempo
Outra maneira
De renascer outra vez mais no mês de Abril

É a torrente impetuosa que avança
É caravela a navegar entre a tormenta
É cruzar mares feitos de vida e de ar puro

É riso alegre e feliz de uma criança
É querer firme e sentir de marinheiro
É recriar um mar de azeite na traineira
Lançando redes inundadas de futuro.

- Jorge Castro

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 23:46


julho 05, 2004

Uma (e só uma) verdade sobre o Euro 2004...

Pois bem, já por aqui se disse do evento bem que chegasse. Agora está na hora de ratar, que isto é blog português e portuga que não rate não é bom pai de família... e se for mãe, tem o leite azedo!

Só maravilhas: Uma organização estrondosa! Uma selecção que excedeu largamente as expectativas! O apurar-se que o Durão tem uma gravata que dá sorte... às vezes! O facto não menos espampanante de que o Madaíl é supersticioso ma non troppo e não vê os jogos ao vivo para as selecções não perderem (não será mais do cheiro da loção da barba?)! A toalha do Eusébio e o Ricardo a meter os pés pelas mãos na verdadeira e oportuna acepção do termo! As lágrimas de Ronaldo, o Cristiano, e as não despiciendas de Sampaio, o Jorge! O desapontamento de uns poucos e a alma até Almeida da maioria, a cerrar os dentes e aplaudir, em festa, a selecção após uma derrota pouco convincente! Eu sei lá...

Agora, tenham paciência e por piedade digam-me que aquele "hino" da Nelly Furtado não existiu. Mais, digam-me que a própria Nelly não existe, que é tudo fruto de alguma manipulação em 3D.

Como é que se faz um "hino" que ninguém consegue cantar? Como é que se canta um "hino" que ninguém consegue fazer?

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 23:14


julho 04, 2004

PORTUGAL GANHOU!

Não me falem em decepção, hem? Essa é para os políticos parvos e jornalistas idiotas!

Ficou provado (mais uma vez) que se há alguma crise, em Portugal, essa crise é de liderança. E o facto é que no meio do maior acontecimento desportivo da temporada, para o qual penámos, enquanto povo, há vários anos a esta parte, a única coisa que não temos é um governo!!!

A selecção de Portugal fez o que ninguém esperava há um mês atrás. A selecção de Portugal bateu-se bem contra a Grécia. A selecção de Portugal, como tudo nesta vida, poderia ter feito melhor, talvez. Mas não conseguiu fazer mais porque a Grécia - se bem repararam - também estava em campo.

Mas que ninguém se diga decepcionado, pois isso será hipocrisia.

E um povo não se esgota nisto. Mostra-se nisto. Eleva-se nisto. É povo nisto!

Eu teria ficado mais satisfeito se a selecção de Portugal tivesse ganho.

Eu estou muito satisfeito com a forma como a selecção de Portugal se bateu e chegou aonde chegou.

Eu estou satisfeito por ser português.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 22:52




Há mais marés que marinheiros...

No momento em que escrevo, a selecção de Portugal poderá perfeitamente vencer o Euro 2004. E é bom que assim venha a ser!

E talvez interesse reter que mais do que vencer as outras equipas, ela terá sabido vencer-se a si própria.

Mas interessa, também, que se diga que o Durão, em troca de um projecto pessoal, abandona um barco encalhado e já perdido, do qual foi votado comandante... E uma coisa talvez não tenha muito a ver com a outra, mas não convém esquecê-las, já que o nosso cérebro tem dois hemisférios (pelo menos o de alguns..).

A primeira coisa, porque somos sempre capazes de nos surpreendermos a nós próprios.

A segunda coisa, porque em Portugal os maus exemplos vêm sempre de cima.

E já nem me apetece dizer mais nada sobre este pântano... Viva Portugal, apesar de tudo!

Pós-de-escrita: passe a publicidade, já viram a simpatia do Google?


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 01:09


julho 02, 2004

Sophia de Mello Breyner Andresen (06/11/1919 - 02/07/2004)

«Recordo-me de descobrir que num poema era preciso que cada palavra fosse necessária, as palavras não podem ser decorativas, não podiam servir só para ganhar tempo até ao fim do decassílabo, as palavras tinham que estar ali porque eram absolutamente indispensáveis. Isso foi uma descoberta» (JL 468, de 25/6/91)

Cala-se hoje o mar. Sophia morreu-nos. Como cantariam as ondas sem o mar dos seus poemas?

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 22:29


Arquivo:
janeiro 2004 fevereiro 2004 março 2004 abril 2004 maio 2004 junho 2004 julho 2004 agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 dezembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 agosto 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011 março 2011 abril 2011 maio 2011 junho 2011 julho 2011 agosto 2011 setembro 2011 outubro 2011 novembro 2011 dezembro 2011 janeiro 2012 fevereiro 2012 março 2012 abril 2012 maio 2012 junho 2012 julho 2012 agosto 2012 setembro 2012 outubro 2012 novembro 2012 dezembro 2012 janeiro 2013 fevereiro 2013 março 2013 abril 2013 maio 2013 junho 2013 julho 2013 agosto 2013 setembro 2013 outubro 2013 novembro 2013 dezembro 2013 janeiro 2014 fevereiro 2014 março 2014 abril 2014 maio 2014 junho 2014 julho 2014 agosto 2014 setembro 2014 outubro 2014 novembro 2014 dezembro 2014 janeiro 2015 fevereiro 2015 março 2015 abril 2015 maio 2015 junho 2015 julho 2015 agosto 2015 setembro 2015 outubro 2015 novembro 2015 dezembro 2015 janeiro 2016 fevereiro 2016 março 2016 abril 2016 maio 2016 junho 2016 julho 2016 agosto 2016 setembro 2016 outubro 2016 novembro 2016 dezembro 2016 janeiro 2017 fevereiro 2017 março 2017 abril 2017 maio 2017 junho 2017 julho 2017 agosto 2017 setembro 2017 outubro 2017 novembro 2017

This page is powered by Blogger. Isn't yours?Weblog Commenting by HaloScan.com



noites com poemas 2


capa do livro Farândola do Solstício
Obras publicadas
por Jorge Castro

contacto: jc.orca@gmail.com

Autor em

logo Apenas

Colaborador de

logo IELT

Freezone

logo Ler Devagar


Correntes de referência:
80 Anos de Zeca
... Até ao fim do mundo!
Aventar
Encontro de Gerações (Rafael)
É sobre o Fado (João Vasco)
Conversas do Café Grilo
Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras
Final Cut - o blogue de cinema da Visão
Oeiras Local
O MOSCARDO
Poema Dia
Profundezas

Correntes de proximidade:
A Funda São
Amorizade (Jacky)
A Música das Palavras (Jaime Latino Ferreira)
Anomalias (Morfeu)
Ars Integrata
Ars Litteraria
Ars Poetica 2U
As Causas da Júlia (Júlia Coutinho)
As Minhas Romãs(Paula Raposo)
Belgavista (Pessoana)
Blogimmas
Blogotinha
Bloguices
Câimbras Mentais (AnAndrade)
Carlos Peres Feio
chez maria (maria árvore)
Coisas do Gui
deevaagaar
Divulgar Oeiras Verde (Ana Patacho)
e dixit (Edite Gil)
Fotos de Dionísio Leitão
Garganta do Silêncio (Tiago Moita)
Isabel Gouveia
Itinerário (Márcia Maia)
Metamorfases
Mudança de Ventos (Márcia Maia)
Mystic's
Nau Catrineta
Notas e Comentários (José d'Encarnação)
Novelos de Silêncio (Eli)
Pedro Laranjeira
o estado das artes
Palavras como cerejas (Eduardo Martins)
Parágrafos Inacabados (Raquel Vasconcelos)
O meu sofá amarelo (Alex Gandum)
Persuacção - o blog (Paulo Moura)
Queridas Bibliotecas (José Fanha)
Raims's blog
Relógio de Pêndulo (Herético)
Risocordeluz (Risoleta)
Rui Zink versos livros
Repensando (sei lá...)
sombrasdemim (Clarinda Galante)
Tábua de Marés (Márcia Maia)
Valquírias (Francília Pinheiro)
Vida de Vidro
WebClub (Wind)

Correntes de Ver:
desenhos do dia (João Catarino)
Esboço a Vários Traços

Correntes Auspiciosas:
ABC dos Miúdos
Manifesto-me
Netescrita
Provérbios

Correntes Favoráveis
A P(h)oda das Árvores Ornamentais
Atento (Manuel Gomes)
A Paixão do Cinema
A Razão Tem Sempre Cliente
A Verdade da Mentira
Bettips
Blog do Cagalhoum
Cadeira do Poder
CoeXist (Golfinho)
Congeminações
Crónica De Uma Boa Malandra
Desabafos - Casos Reais
Diário De Um Pintelho
Editorial
Escape da vida...
Espectacológica
Eu e os outros...
Eu sei que vou te amar
Fundação ACPPD
Grilinha
Há vida em Markl
Hammer, SA
Horas Negras
Intervalos (sei lá...)
João Tilly
Lobices
Luminescências
Murcon (de JMVaz)
Nada Ao Acaso
NimbyPolis (Nilson)
O Blog do Alex
O Bosque da Robina
O Jumento
(O Vento Lá Fora)
Outsider (Annie Hall)
Prozacland
O Souselense
O Vizinho
Palavras em Férias
Pastel de Nata (Nuno)
Peciscas
Pelos olhos de Caterina
Primeira Experiência
Publicus
Puta De Vida... Ou Nem Tanto
Santa Cita
The Braganzzzza Mothers
Titas on line
Titas on line 3
Senda Doce
TheOldMan
Traduzir-se... Será Arte?
Um pouco de tudo (Claudia)
Ventosga (João Veiga)
Voz Oblíqua (Rakel)
Zero de Conduta
Zurugoa (bandido original)

Corrente de Escritas:
A Arquitectura das Palavras (Lupus Signatus)
Além de mim (Dulce)
Ana Luar
Anukis
Arde o Azul (Maat)
Ao Longe Os Barcos De Flores (Amélia Pais)
Babushka (Friedrich)
baby lónia
Branco e Preto II (Amita)
Biscates (Circe)
blue shell
Cartas Perdidas (Alexandre Sousa)
Chez Maria (Maria Árvore)
Claque Quente
2 Dedos de Prosa e Poesia
Escarpado (Eagle)
Erotismo na Cidade
Fôlego de um homem (Fernando Tavares)
Há mais marés
Humores (Daniel Aladiah)
Insónia (Henrique Fialho)
Klepsidra (Augusto Dias)
Letras por Letras
Lua de Lobos
Lus@arte (Luí­sa)
Mandalas Poemas
Menina Marota
Novos Voos (Yardbird)
O Eco Das Palavras (Paula Raposo)
Porosidade Etérea (Inês Ramos)
O Sí­tio Do Poema (Licínia Quitério)
Odisseus
Paixão pelo Mar (Sailor Girl)
Palavras de Ursa (Margarida V.)
Palavrejando (M.P.)
Poemas E Estórias De Querer Sonhar
Poesia Portuguesa
Poetizar3 (Alexandre Beanes)
Serena Lua (Aziluth)
Sombrasdemim (Maria Clarinda)
Sopa de Nabos (Firmino Mendes)
T. 4 You (Afrodite)
Uma Cigarra Na Paisagem (Gisela Cañamero)
Xanax (Susanagar)

A Poesia Nos Blogs - equipagem:
A luz do voo (Maria do Céu Costa)
A Páginas Tantas (Raquel)
ante & post
As Causas da Júlia
Cí­rculo de Poesia
Confessionário do Dilbert
Desfolhada (Betty)
Estranhos Dias e Corpo do Delito (TMara)
Extranumerário (GNM)
Fantasias (Teresa David)
Fata Morgana... ou o claro obscuro
Jorge Moreira
MisteriousSpirit (Sofia)
Passionatta (Sandra Feliciano)
Peças soltas de um puzzle
Poemas de Trazer por Casa e Outras Estórias - Parte III
Poesia Viva (Isabel e José António)
Poeta Salutor (J.T. Parreira)
Que bem cheira a maresia (Mar Revolto-Lina)
Sais Minerais (Alexandre)
Silver Soul
Sombra do Deserto (Rui)

Navegações com olhos de ver:
Em linha recta (lmatta)
Fotoescrita
gang00's PhotoBlog
Nitrogénio
Objectiva 3
Pontos-de-Vista
Rain-Maker
O blog da Pimentinha (M.P.)
Passo a Passo
Portfólio Fotográfico (Lia)
Words (Wind)

Já navegámos juntos...
Aliciante (Mad)
A Rádio em Portugal (Jorge G. Silva)
Atalhos e Atilhos
Cu bem bom
Encandescente
Geosapiens
Incomensurável
Isso Agora...
Letras com Garfos (Orlando)
Luz & Sombra
Pandora's Box
Pés Quentinhos
Praça da República em Beja (nikonman)
SirHaiva
Testar a vida
Tuna Meliches

Correntes de Consulta:
Abrupto
A Lâmpada Mágica
Aviz
Blogopédia...
Bloguítica
Contra a Corrente
Contra a Corrente
Conversas de Merda
Cravo e Canela
Do Portugal Profundo
Inépcia
Médico explica medicina a intelectuais
Oficina das Ideias
Portugal No Seu Pior
Professorices
República Digital
Retórica e Persuasão
Ser Português (Ter Que)
You've Got Mail

Correntes interrompidas:
A Nau Catrineta (zecadanau)
Aroma de Mulher (Analluar)
A Voz do Fado!
blog d'apontamentos (Luí­s Ene)
Catedral (ognid)
Cidadão do Mundo
Conversas de Xaxa 2
CORART - Associação de Artesanato de Coruche
Cumplicidades (Maria Branco)
Flecha
Fraternidades (Fernando B.)
Ilha dos Mutuns(Batista Filho)
Histórias do mundo (Clara e Miguel)
Lazuli (Fernanda Guadalupe)
luz.de.tecto (o5elemento)
Letras ao Acaso
Madrigal - blog de poesia
Mulher dos 50 aos 60 (Lique)
O Mirmidão
O soldadinho de chumbo
Palavras de Algodão (Cris)
podiamsermais (Carlos Feio)
Poemas de Manuel Filipe
Porquinho da Índia (Bertus)
Um Conto à Quinta
Xis Temas (António San)

noites com poemas